domingo, 10 de maio de 2009

Conselho Geral da FMJD - Havana - Cuba - Maio de 2009

O conselho geral da FMJD através das discussões e relatos da situação política e social dos jovens no mundo atualizou e enriqueceu a análise de conjuntura da FMJD. Os fatos ocorridos durante os últimos 15 meses, período correspondente a última reunião do Conselho Geral até agora, provaram a exatidão das avaliações e das decisões da 17ª Assembléia da FMJD. Nós saudamos a resistência corajosa de toda a juventude e povos contra a ofensiva do imperialismo em seus respectivos países, defendendo e esforçando-se na busca de sua independência, soberania e integridade territorial, que inspiram e nos motivam imensamente em nossas lutas diárias. A crise financeira internacional do sistema capitalista, previsível há muito tempo, demonstrou claramente que a existência do sistema capitalista não é compatível com o desenvolvimento que sirva aos interesses e as necessidades dos povos. Os imperialistas procuram jogar os efeitos da crise nas costas do povo. Os governos fantoche da nova ordem do mundo imperialista usam diversas maneiras de gerenciar a crise com o fim de promover os lucros do capital (com injeções dos milhões dos dólares nos cofres das grandes companhias, ou com medidas como a “re-nacionalização” das companhias). Os governos (neoliberais e social-democratas) e o corpo dos empregadores chamam os trabalhadores para o consenso e a unidade. Ao mesmo tempo, a crise reforça as ameaças para a paz global, pois a exploração das grandes fatias do mercado e dos recursos naturais está sendo intensificada. A FMJD convida a juventude do mundo a lutar para que aqueles que produziram a crise paguem por ela, e não os povos. A FMJD conclama especialmente os jovens trabalhadores, alvo de um grande ataque contra os seus direitos, a organizar-se nos sindicatos que se esforçam para proteger e aprofundar os direitos dos trabalhadores. O ataque de Israel em Gaza, em dezembro 2008, revelou a verdadeira face do governo e do papel cruel de Israel para os povos e a juventude palestinos. O massacre das milhares de pessoas e da destruição das milhares de casas e estruturas públicas de Gaza provocou uma catástrofe humanitária ainda mais profunda, resultado de anos de isolamento do resto do mundo (com a cooperação do Egito) devido ao cruel e injustificável cerco israelita a este território palestino. Entretanto, a situação no lado ocidental da Palestina mantêm-se deteriorada com os seguidos anos de ocupação israelita que vem se aprofundando, particularmente com a construção do muro que divide Israel da Palestina e de diversos territórios palestinos do lado ocidental. A posição de “eqüidistância” assumida pela União Européia (que de fato está aprofundando acordos políticos e econômicos com o estado israelita) e pelo apoio total dos EUA, mostra a dimensão política deste crime contra à humanidade promovida por uma ponta de lança do imperialismo: Israel. A brava resistência imposta pelos povos iraquiano e afegão à ocupação de seus países está conduzindo EUA e seus aliados imperialistas a uma posição mais dura, demonstrando a cada dia que passa estarem, estes países, mais perto de uma derrota. A intenção do novo presidente eleito dos EUA, Barack Obama, emitir ainda mais tropas ao Afeganistão, saindo do Iraque, mostra somente uma mudança das táticas, mas não uma mudança real da estratégia ou de aproximação a vontade do mundo. A FMJD saúda a continuidade das lutas da juventude do Bahrein assim como outras juventudes dos Estados do Golfo para uma democracia real, livre de interferências externas e com espaços reais para que todos expressem livremente sua opinião. Além disso, a FMJD saúda igualmente a importante vitória da juventude libanesa, realizando o processo público de registro oficial que já não exige uma “afiliação” a alguma seita religiosa. As importantes vitórias eleitorais nos referendos constitucionais realizados na Bolívia, na Venezuela e no Equador são um sinal claro que as interferências e as tentativas do imperialismo em desestabilizar o esforço da juventude e dos povos podem ser derrotadas. A continuação da perseguição dos comunistas, particularmente, e toda a oposição às políticas de Alvaro Uribe, em termos gerais, na Colômbia, é algo que exige de todas as juventudes anti-imperialistas do mundo a máxima solidariedade e atenção; o bombardeio de um acampamento no Equador, pelas forças armadas colombianas, para assassinar (entre outros) o comandante Raul Reyes das FARC, e o processo de promoção da recentemente liberada Ingrid Bettencourt são elementos que mostram que o regime neofascista, suportado pelos EUA, de Uribe não têm nenhum limite a suas ações e fará o que for necessário para esmagar toda a oposição, o que representa um perigo não somente para o povo colombiano, mas para todos os povos da América Latina. A importante vitória da FMLN em El Salvador, nas eleições de março, é um importante passo para as forças anti-imperialistas na América Latina e em particular na América Central, e uma demonstração que através da luta é possível vencer. As provocações militares e políticas feitas pelo governo sul-coreano sustentado pelos EUA a Coréia do Norte são uma clara ameaça à paz na península da Coréia e uma etapa negativa no desejado processo da reunificação. A FMJD reivindica fortemente que todas as forças armadas e bases militares dos EUA na região devem imediatamente ser retiradas e condena o aumento de movimentos imprudentes dos EUA contra a Coréia do Norte, entendemos que o lançamento do satélite experimental e para objetivos pacíficos, não configurando uma ação violenta, mas sim um direito legítimo de um estado soberano. As massivas demonstrações ocorreridas na Coréia do Sul contra o acordo de livre-comércio entre o governo sul-coreano e os EUA são um claro sinal de que os povos que vivem no sul da península da Coréia não estão felizes com as políticas de dependência aos EUA que são desenvolvidas pelo estado sul-coreano. A assinatura do acordo nuclear India-EUA representa um perigo para a região e para a paz do mundo, sendo particularmente relevante porque significou o fim da política do não-alinhamento seguida por todos os governos da India livre e independente até agora. A implementação de uma república no Nepal, escrita agora na constituição do país é um passo importante das lutas do povo e da juventude do país e de toda a região, de construir esperançosamente o primeiro momento da construção de um estado Nepalês livre, soberano e com justiça social. É notável ressaltar que 60% dos assentos da Assembléia Nacional Constituinte foi composta por partidos de esquerda. A campanha imperialista midiática contra à integridade territorial da China teve seu momento culminante durante as preparações para os últimos Jogos Olímpicos; entretanto o sucesso enorme dos jogos assim como as realizações do povo chinês foram uma resposta forte a todos os críticos que tentaram arruinar este evento, criando um fato político. A promoção pelo imperialismo de instabilidade na Tailândia é mais uma vez um sinal de que o imperialismo não abrirá mão de construir e reforçar o neocolonialismo e as forças armadas comprometidas com ele nos países asiáticos. Nós denunciamos fortemente a repressão em curso em Burma. Nós exigimos que a junta militar Burmense restabeleça a democracia no país e liberte todos os presos políticos e expressamos nossa solidariedade para os movimentos de juventude e populares em Burma no seu esforço para democratizar mais a vida política, econômica e social do país. Nós apoiamos inteiramente a juventude e os estudantes do Paquistão que lutam pela democracia, direitos civis e justiça social estando lado a lado com as lutas levadas pelo povo em cada canto do Paquistão. A FMJD reafirma seu apoio total aos movimentos progressistas do Sri Lanka que lutam pela unidade nacional, contra às tentativas de separatismo do imperialismo em dividir o país e em desestabilizar a região, e nós condenamos de forma veemente o assassinato recente de diversos jovens e civis inocentes nas batalhas que estão ocorrendo assim como o assassinato dos membros da equipe nacional de cricket do Sri Lanka. Na África as tentativas de reestabelecer uma dependência colonial tem conduzido o continente para uma maior instabilidade, particularmente no caso de Zimbabue, onde todo o processo para a eleição do governo e para presidente do país estava sob a atenção e a ação do imperialismo. As ameaças e os boicotes aos povos zimbabuenses conduzem a uma situação de grandes dificuldades para o país. A FMJD condena qualquer tipo da medida internacional (particularmente as ações militares dos EUA e da Grã-Bretanha) que interfira nos direitos do povo zimbabuense e da juventude de construir livremente seu futuro, de uma maneira livre e soberana. A vitória proeminente do MPLA nas últimas eleições realizadas em Angola expressou o claro apoio dos povos à condução das bem-sucedidas políticas colocadas em prática no país por este partido e de sua juventude, após o estabelecimento da paz duradoura, fruto da derrota da ponta-de-lança do imperialismo no país, a UNITA. Condenamos todos os “movimentos militares dos senhores da guerra” que trouxeram mais uma vez a guerra, a morte e ainda mais pobreza ao Congo, acreditamos que estes não são nada mais do que conflitos promovidos pelos imperialistas para manter a juventude e povos deste país longe da paz, sendo um alvo fácil da exploração imperialista, nós reafirmamos nossa saudação à juventude e aos povos do Sudão para seus esforços para a paz, a democracia e direitos humanos, em um momento no qual o Imperialismo vem perseguindo o presidente sudanês através de um mandato do Tribunal Penal Internacional, não querendo conceder ao povo sudanês a democracia esperada, a paz e a justiça social, mas sim ter em suas mãos mais uma pais para afirmar sua geo-politica. A FMJD conclamou em Polisario o governo marroquino para continuar as negociações a fim de alcançar uma solução política aceita por todos os partidos que conduzam aos direitos de autodeterminação dos povos do Saara. Nós saudamos unanimemente a decisão dos estados africanos de rejeitar a instalação do comando militar dos EUA na África (chamado USAFRICOM ou AFRICOM), porém nós denunciamos que o perigo não acabou desde que os EUA decidiram manter este projeto terrível e todos seus objetivos a respeito das interferências militares futuras na África, apesar do fato que o comando será executado em Stutgart na Alemanha. Nós condenamos a repressão das forças anti-imperialistas do Senegal, e denunciamos a prisão do líder do movimento estudantil por 10 anos devido seu papel político. Nós condenamos todos aqueles que decidiram romper com a ANC na África do Sul, tentando conduzir o país a instabilidade e expressamos nosso apoio total a todas as forças do progressistas e anti-imperialistas da África do Sul, cujo o papel é construir um país mais justo, é mais do que sempre vital manter a África do Sul fora das mãos imperialistas que querem controlar-la mais uma vez. Nós consideramos que a solução para os problemas e a realização do progresso social, democracia e paz do povo africano exige o fim imediato da exploração e de interferências dos imperialistas nos direitos de cada povo em construir seu próprio futuro. Nós saudamos entusiàsticamente a vitória do candidato da AKEL para a presidência do Chipre, Dimitris Christophias, porque estamos certos que somente desta maneira, haverá uma possibilidade para a reunificação da ilha e da melhor solução possível para o Chipre entre os cipriotas gregos e cipriotas turcos. Uma solução que proteja os cipriotas dando um fim a ocupação turca e a toda intervenção imperialista extrangeira, assegurando um acordo pacifico e viável, somente desta forma é possível uma solução ao problema do Chipre, que leve a formação de uma federação bi-comunal e bi-zonal, que garanta espaços as líderanças das duas comunidades, com direitos humanos, lei internacional e todas as definições relevantes da ONU, esta solução será aceitável por ambas as comunidades; Nós convidamos toda a juventude de todo o Chipre (lados grego e turco) para reforçar seus esforços e movimentos contra todos os obstáculos imperialistas ao processo da reunificação. Apesar da maioria dos países terem rejeitado uma oportunidade dos povos de expressarem sua opinião sobre o “Tratado de Reforma” da União Européia em referendos nacionais (em alguns casos, indo claramente contra à constituição daqueles mesmos países), a vitória do “NÃO” no referendo realizado na Irlanda (único país em que ocorreu realmente) foi uma demonstração clara que os povos, na Irlanda e em toda a UE, recusam o perfil antidemocrático, militarista e federal do Tratado e as políticas e os princípios da UE - este Tratado é um outro exemplo que a UE é um pólo imperialista em construção, que vai contra à vontade dos povos. As eleições que se aproximam para o Parlamento Europeu, em junho, serão um momento importante para os jovens dos países da UE a responder, contra às políticas da UE que atacam suas direitos e aspirações. A FMJD saúda as demonstrações massivas da juventude grega, após o assassinato de um estudante de 15 anos de idade por um polícial, que são um sinal importante da capacidade da juventude em organizar-se e lutar pelos seus direitos, apesar das tentativas dos meios imperialistas de dar a relevância a uma minoria minúscula dos manifestantes encapuçados que espalharam a destruição e a desordem. Além disso, as importantes lutas dos estudantes na Itália, na Alemanha, na França, em Portugal e na Espanha são bons elementos para a continuidade das lutas da juventude anti-imperialistas na Europa, particularmente contra à privatização da educação e contra à estratégia imperialista contida no chamado “Processo de Bologna”. No 60º aniversário de sua fundação, a agressividade da OTAN está sendo intensificada, com novas ferramentas, tais como “o protetor antimíssil”, a “parceria para a paz” entre outros. Todos os países da Europa, mais particularmente na Europa Oriental, a expansão da OTAN decidida na cúpula da OTAN em Bucareste e o estabelecimento pelos EUA “do protetor antimíssil” na Polônia, na Ucrânia e na República Checa significam uma etapa importante no agravamento da estratégia imperialista através do acordo EUA/EU de isolamento da Rússia. A autoproclamado “independência” de Kosovo, contra à lei internacional e rejeitado mais tarde pela assembléia geral da ONU, apesar da sustentação dos EUA e da maioria dos sindicalistas europeus, é uma nova tentativa de interferir na república do ex-iuguslava República da Servia, executando a mesma “partilha imperialista à régua”, que antes conduziu à destruição da Iugoslávia e a diversas guerras que causaram milhares de mortes e feridos. As provocações da Geórgia a Rússia, que conduziram a uma guerra curta entre estes dois países são uma parte das contradições de hoje do interimperialismo no mundo. Para a Geórgia, forte aliado da OTAN, esta era a desculpa perfeita para testar a resposta de fogo dos russos e para deixar os EUA e a OTAN proporcionar ainda mais material militar no país, facilitando um ataque eventual a Rússia ou a Irã; para a Rússia, como fiou confirmado mais tarde “na crise do gás” que opôs Rússia a Ucrânia, esta era uma maneira de avançar como um poder imperialista em ascenção, pronto para disputar mercados e territórios com a OTAN. A militarização de membros da OTAN e da Rússia confirma o agravamento da tensão internacional, fazendo o mundo um lugar mais perigoso. A FMJD apóia todas as ações que ocorreram a nível nacional e internacional que mostraram ao mundo o caráter imperialista e criminoso da OTAN e os seus crimes ao longo dos últimos 60 anos, que só com nossa luta podemos derrotar. O ataque aos direitos democráticos está aumentando rapidamente em vários lugares do mundo. O assassinato, as prisões, a perseguição e a criminalização daqueles que lutam contra o imperialismo estão fazendo a juventude lutar mais duramente, mostrando que o imperialismo não dará folga e usará todos os meios para impedir os movimentos anti-imperialistas de conseguir a vitória. Tais situações acontecem na Colômbia, Burma, Filipinas, Afeganistão, Irã, e no conjunto da Europa Oriental, Saara Ocidental, Suazilândia, Botswana, Portugal, Espanha, Alemanha, Itália, Arábia Saudita e muitos outros. Além de todos estes exemplo nós destacamos a situação da República Checa, o país que agora preside a União Européia, e que cujo governo decidiu proibir a União da Juventude Comunista da República Checa, devido restrições ideológicas ao programa da KSM, decisão sustentada pelos centros de estudos anticomunistas internacionais que pretendem reescrever a história, criminalizando as forças comunistas atribuindo-lhe “crimes” e fatos, que os comparam às ditaduras fascistas. A FMJD condena de forma veemente esta decisão e convida a juventude do mundo inteiro a reforçar a luta pelos direitos e pelas liberdades democráticas, em geral, e em particular para que o governo Checo retire sua decisão. O 50º aniversário da Revolução Cubana, é um momento muito importante da história mundial, mostra ao mundo que, apesar de todas as dificuldades e provocações enfrentadas, é possível construir um país onde o bem-estar dos povos, justiça social e a soberania guiem a conduta nacional e internacional do país. Os 50 anos de luta do povo cubano ensina e mostra que os povos têm o poder de seguir e defender o desenvolvimento econômico e social que escolherem. Apesar desta ofensiva as forças progressistas e pacifistas seguem resistindo, lutando, conquistando vitórias importantes e fortalecendo-se. Contanto que a injustiça e a exploração governarem o mundo, contanto que os povos sejam oprimidos seguirá havendo resistência. Mesmo que nós estejamos atravessando um período de resistência e estejamos acumulando forças, o potencial de transformação está levantando-se. Nós somos otimistas e igualmente a juventude e os povos devem ser otimistas. A mobilização das massas é o grande obstáculo enfrenta o imperialismo apesar das diferenças na correlação das forças. O esforço do movimento antiimperialista, progressista e democrático da juventude, pelo mundo inteiro, não deixará de lutar contra as forças imperialistas pela a paz, pelo progresso social e pela juventude em conjunto com os trabalhadores para a construção de uma sociedade nova, mais fraterna e pacífica, sem exploração do homem pelo homem. Nós convidamos a juventude do mundo para juntar-se a este esforço confiando que a vitória será nossa!
JUVENTUDE UNIDA! RUMO A PAZ DURADOURA!