segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL


De Porto Rico

Um chamado a Solidariedade Internacional

A juventude porto-riquenha faz um chamado a comunidade internacional para que continue solidarizando-se 
as lutas pela educação pública que vem se desenvolvendo em nosso país e em todo o mundo. A educação, assim como a maioria dos serviços públicos, encontra-se sob o ataque de governos que atendem primeiro aos bancos e as grandes empresas e depois o povo. No meio de sua crise econômica eles buscam que as classes oprimidas sigam pagando por sua avareza, sacrificando o acesso das pessoas mais pobres a uma educação pública de qualidade, assim como os direitos dos professores, empregados e empregadas a condições dignas de trabalho. Este roubo, que busca diminuir e privatizar nossas universidades, deve ser denunciado de forma contundente em todo o mundo como algo que põe em grave perigo o progresso e a possibilidade de construir uma sociedade cada vez mais justa e igualitária. 

Atualmente, a principal exigência da comunidade universitária porto-riquenha aos administradores é de que escutem nossas propostas, as quais, sendo implementadas, não só fariam desnecessário o aumento da matricula, como restaurariam as finanças da Universidade de Porto Rico e permitiriam oferecer os serviços de qualidade que viemos exigindo há décadas. Como resposta junto a falta de argumentos e de disposição ao diálogo, o governo de Luis Fortuño ordenou a ocupação da Universidade por forças militares e a repressão de qualquer manifestação de protesto dentro ou fora do campus universitário através de ameaças, cassetetes e gás lacrimogêneo. A tentativa de calar qualquer voz dissidente chegou em um nível inaceitável, o que vem produzindo prisões ilegais e seletivas, acompanhadas de torturas aos presos e fabricação de provas. 

O movimento estudantil de Porto Rico respondeu fielmente ao lema: "A maior repressão, maior combatividade" e mantém-se exercendo seu direito a liberdade de expressão e de associação em uma clara resposta as restrições impostas pelos governantes, administradores e universitários e a policia de Porto Rico. 
Temos demonstrado ao país que estamos com a razão e com o compromisso ao bem-estar social. Por tal razão, a luta pela Universidade do Povo transcendeu a comunidade universitária e seu recente resgate se encontra agora em mãos de um povo que não se conformará em ver-la seqüestrada pela Policia ou pelos grandes interesses econômicos. Da mesma forma, encontra-se em mãos da comunidade internacional exigir ao governo de Porto Rico e as suas forças repressivas que cessem a agressão a nossos direitos civis e humanos e assim evitem que uma tragédia maior a que vivemos manche as ruas com o sangue de nossa juventude em pé de luta. 

Dessa ilha do Caribe em Nossa América, solicitamos solidariedade!

ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS EM LUTA PELA EDUCAÇÃO

SAN JUAN, PORTO RICO, 23 DE DEZEMBRO DE 2010


A Assembléia Nacional do Poder Popular de Cuba emitiu uma declaração na qual denuncia a repressão policial a estudantes porto-riquenhos e reclama a solidariedade internacional com eles.

O texto, publicado hoje no periódico Juventude Rebelde, é assinado pelas comissões de Relações Internacionais; de Educação, Ciência e Tecnologia; e de Atenção a Juventude, a Infância e a igualdade de direitos da Mulher. Expressa que há vários dias no campus de Universidade de Porto Rico, em Rio Piedras, centenas de alunos protestam contra a imposição do aumento da taxa de matricula neste centro de educação superior.

Diz o texto que por defenderem seu acesso a educação como um direito humano fundamental, foram reprimidos violentamente pela policia e muitos ficaram feridos ou detidos nas prisões deste país. "Este não é um acontecimento isolado, em anos anteriores os estudantes e jovens porto-riquenhos tiveram que levantar-se contra estas injustiças e foram sempre reprimidos e presos", aponta o texto.

Diante de tão selvagem resposta policial, que se produziu com a cumplicidade das autoridades coloniais deste país, é um dever elementar denunciar a extrema situação que enfrentam estes jovens. A declaração solicita a solidariedade de todos os povos, organizações de Direitos Humanos e parlamentos do mundo, para exigir que cessem a repressão assim como a garantia da integridade física dos manifestantes. 

"Faremos o possível para colocar um fim a esta injustiça contra nossos irmãos porto-riquenhos" conclui o documento.


Declaração da Assembléia Nacional do Poder Popular

Há alguns dias no campus da Universidade de Porto rico, em Rio Piedras, centenas de estudantes porto-riquenhos protestam contra a imposição do aumento da taxa de matricula neste centro de educação superior. 
Os jovens porto-riquenhos, que defendem seu acesso a educação como um direito humano fundamental, foram reprimidos violentamente pela policia e muitos deles ficaram feridos ou foram detidos nas prisões do país. Isso não é um acontecimento isolado, em anos recentes os estudantes e jovens porto-riquenhos vem tendo de levantar-se contra este tipo de injustiça e foram igualmente reprimidos e presos. 

As comissões de Relações Internacionais; de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia e a de Atenção a Infância, a Juventude e a Igualdade dos Direitos da Mulher, da Assembléia Nacional do Poder Popular, diante de um resposta policial tão selvagem, que se produz com a cumplicidade das autoridades coloniais da nação irmã, consideramos um dever elementar denunciar a extrema situação que enfrentam estes jovens e solicitar solidariedade de todos os povos, organizações de Direitos Humanos e parlamentos do mundo para exigir o fim da repressão e da garantia da integridade física dos manifestantes.

Faremos o possível para colocar um fim a esta injustiça contra nosso irmãos porto-riquenhos.

Comissão de Relações Internacionais

Comissão de Educação, Ciência e Cultura

Comissão de Atenção a Juventude e a Infância

Havana, 22 de dezembro de 2010.

Imagens da participação da UJC no XVII FMJE - África do Sul


Solidariedade à Juventude Comunista do Equador


Intervenção do camarada Mascote no Seminário promovido pela OCLAE
Banca vendendo materiais do bloco Comuna que pariu!
Foto da Plenária do Movimento Estudantil Internacional
Reunião da América Latina na Plenária do Movimento Estudantil Internacional
Intervenção da camarada Suzana no Seminário sobre Haiti

Intervenção do camarada Túlio Lopes no Seminário da OCLAE
Camaradas da JJCC - Chile
Camarada Paulo Vinicius - Mascote
Intervenção do camarada Túlio Lopes na reunião da Federação Mundial das Juventudes Democráticas
Camaradas da Juventude Comunista Portuguesa

domingo, 26 de dezembro de 2010

UJC participa do XVIIº Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes na África do Sul



Aconteceu, entre os dias 13 e 21 de dezembro de 2010 o XVIIº Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes na cidade de Pretória – África do Sul. A União da Juventude Comunista esteve presente no Festival apresentando um manifesto intitulado “Pelo Socialismo e pela Paz Mundial!”. A delegação da UJC foi composta por quatro camaradas: Paulo Vinicius, Suzana, Thiago Jorge e Túlio Lopes.

O Festival ocorreu nas dependências da Universidade de Tecnologia Tshwane. A cerimônia de abertura contou com a presença do presidente da África do Sul, Jacob Zuma membro do Congresso Nacional Africano. Atividades culturais, esportivas, marchas, passeatas, seminários, conferências, reuniões bilaterais e o tradicional Tribunal Antiimperialista marcaram o XVIIº Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes.

Organização membro plena da Federação Mundial das Juventudes Democráticas desde 1945, a União da Juventude Comunista – UJC Brasil participou efetivamente das principais atividades do Festival e participou de reuniões bilaterais com várias juventudes comunistas presentes. A luta antiimperialista impulsionada por diversas organizações presentes ganha força com a exitosa realização deste XVIIº Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes.



Atividade preparatória da UJC - Seminário de Solidariedade Internacional

A UJC realizou no dia 26 de novembro em Belo Horizonte (Minas Gerais) um Seminário de Solidariedade Internacional como atividade preparatória para o XVIIº Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes. O Seminário contou com a presença de representantes das principais entidades nacionais que possuem atuação na área da efetiva solidariedade internacional como o Comitê Democrático Palestino – Brasil, a Casa da América Latina e a Associação Cultural José Martí.

Representantes da Juventude Comunista Avançando ligada a Corrente Comunista Luís Carlos Prestes e da Juventude do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra também estiveram presentes no Seminário de Solidariedade Internacional da UJC. Os camaradas Zé Ângelo e Túlio Lopes apresentaram um Painel sobre os 65 anos da FMJD e os Festivais. O Seminário de Solidariedade Internacional promovido pela UJC foi a única atividade nacional preparatória ao XVIIº Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes.



Delegação Brasileira

A delegação brasileira ao XVII FMJE foi composta por artistas, desportistas e militantes de diversas correntes políticas. Do campo da Oposição Independente estiveram presentes além da UJC, a JCA, a JLIBRE, a juventude do MST e a juventude da APS. Das juventudes governistas estiveram presentes a UJS, JSPDT, JPPL, JPMDB, JSB e JPT.

Duas visões distintas foram apresentadas pela delegação brasileira. Enquanto as juventudes ligadas ao governo federal buscavam promover e propagandear o Governo Lula, a UJC e outras organizações procuraram apresentar as lutas travadas em nosso país como às campanhas nacionais: O Petróleo tem que ser nosso!, Nenhum direito a menos! Avançar rumo a novas conquistas!, a luta por uma Universidade Popular e a luta contra a criminalização dos movimentos sociais.



FMJD – Federação Mundial das Juventudes Democráticas

A UJC participou da primeira reunião internacional preparatória realizada em Caracas no mês de abril e da última reunião internacional preparatória realizada no dia 12 de dezembro, um dia antes da abertura do Festival. Na reunião da FMJD durante o Festival foi aprovada a proposta de Declaração Final do XVIIº Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes.

Do Brasil, somente a UJC (PCB), a UJS (PCdoB) e a JPPL (Ex-MR8) participam como membros plenos da Federação Mundial das Juventudes Democráticas. Outras organizações são consideradas como organizações amigas da FMJD em nosso país.



Juventudes Comunistas

A UJC realizou reuniões bilaterais com juventudes comunistas de vários países. Participamos também de uma reunião das juventudes comunistas da América Latina convocada pelos camaradas da Juventude Comunista do Equador.

COMUNISMO É A JUVENTUDE DO MUNDO! Era o lema da bonita faixa da Juventude Comunista da Grécia, que simbolizou a forte presença das juventudes comunistas no XVIIº Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes principal encontro internacional da juventude que luta contra o imperialismo, pelo socialismo e pela paz mundial.



domingo, 19 de dezembro de 2010

TRIBUNAL ANTIIMPERIALISTA NO XVII FMJE



Começa Tribunal Anti-imperialista em encontro juvenil mundial
Pretoria, 19 dez (Prensa Latina) O início das sessões do Tribunal Anti-imperialista é o destaque hoje da antepenúltima jornada do 17 Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes, com sede na África do Sul desde o último dia 13 de dezembro.

A este encontro mundial, cuja primeira edição ocorreu há 63 anos em Praga, assistem cerca de 15 mil delegados de mais de 140 nações e seu lema é Por um mundo de paz, solidariedade e transformações sociais, derrotemos o imperialismo.

Neste sábado, dedicado a aproximar-se da situação do Oriente Médio, também serão desenvolvidos seminários sobre a crise internacional do capitalismo, e as guerras, as ocupações e as resistências.

De acordo com o programa do evento, dedicado de maneira especial aos líderes Fidel Castro e Nelson Mandela, um fórum de solidariedade mostrará o apoio à causa do povo palestiniano e desenvolver-se-á um encontro entre jovens sindicalistas.

A história da Federação Mundial das Juventudes Democráticas (FMJD) recolhe o apego à defesa das causas progressistas do mundo, realçou na véspera seu vice-presidente Yogendra Sheihi.

Ao intervir em um dos debates do 17 Festival o dirigente destacou o papel desempenhado pela organização desde seu nascimento em 1945.

Sheisi fez uma contagem da posição assumida em momentos difíceis para a Humanidade, como a Guerra Fria, e reafirmou o papel que lhe corresponde jogar agora às novas gerações.

Nossa FMJD expressou solidariedade com o povo sul-africano em sua luta contra o regime segregacionista do apartheid e pela libertação de seu líder, o legendário Mandela, exemplificou.

Temos recusado, precisou o jovem do Nepal, tudo o que tem feito o imperialismo contra os países socialistas e o comunismo a nível internacional.

Apontou que a FMJD se solidariza com a luta de Cuba contra o bloqueio imposto pelos Estados Unidos há quase meio século e exige a libertação de cinco antiterroristas da maior das Antilhas presos em cárceres norte-americanas desde 1998.

Assinalou que Gerardo Hernández, Ramón Labañino, Fernando González, Antonio Guerreiro e René González defendiam à maior das Antilhas do terrorismo e ironicamente o governo de Washington respondeu com seu envio às celas por muito tempo.

Ademais, temos estado ao lado dos povos saharaui e palestiniano em suas batalhas pelo reconhecimento da soberania, manifestou Sheihi.

A juventude representa a vanguarda nos processos revolucionários, e sacrificou-se muito para conquistar avanços progressistas em suas nações, enfatizou o sérvio Aleksandar Banjanac.

Por outra parte, a solidariedade com o povo haitiano também ocupou hoje um emotivo espaço no encontro e participantes nesta reunião acompanharam com atenção as palavras do cubano Luis Morlote.

O presidente da Associação Irmãos Saíz da maior das Antilhas, que agrupa jovens artistas, aludiu às mais recentes reflexões de Fidel Castro, nas quais o líder da Revolução critica as tentativas por desconhecer o trabalho dos médicos cubanos em Haiti.

Morlote expôs aos presentes no salão da Feira da Amizade o trabalho da Brigada Martha Machado que levou durante 50 dias a arte aos haitianos depois do devastador sismo do dia 12 de janeiro passado.

Entrevistado pela Prensa Latina, o artista plástico Sandor Martínez destacou que com essa experiência cresceu muitíssimo como ser humano e nunca esquecerá os momentos vividos.

Fonte: Prensa Latina

MENSAGEM DE FIDEL AO XVII FMJE






Mensagem aos participantes do 17º Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes na África do Sul

Companheiras e companheiros:

É muito grato para mim e uma grande honra aceder ao pedido que me fizeram de lhes transmitir uma mensagem por ocasião do 17º Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes, que tem lugar na Pátria de Nelson Mandela, símbolo vivente da luta contra o odioso sistema do apartheid.

Cuba foi sede de dois festivais mundiais: do 11º, em 1978, e do 14º, em 1997.

Pela primeira vez, o Festival não se realizava na Europa, senão num país deste hemisfério.

A decisão foi tomada pela 9ª Assembléia da Federação Mundial de Juventudes Democráticas que teve lugar em Varna, Bulgária, no final de 1974.

Eram tempos diferentes: o mundo enfrentava sérios problemas, porém menos dramáticos. Os jovens mais progressistas lutavam pelo direito de todos os seres humanos a uma vida digna; pelo velho sonho dos maiores pensadores de nossa espécie, quando era evidente que a ciência, a tecnologia, a produtividade do trabalho e o desenvolvimento da consciência o tornavam possível.

Num curto espaço de tempo, a globalização se acelerou, as comunicações atingiram níveis impensáveis, os meios para promover a educação, a saúde e a cultura se multiplicaram. Os nossos sonhos não eram infundados. Sob esse espírito, realizou-se o 11º Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes, do qual o nosso povo tamém participou.

No Conselho Geral da Federação Mundial de Juventudes Democráticas, efetuado precisamente na heroica África do Sul no início de outubro de 1995, foi aprovada a realização do 14º Festival em Havana, do qual participaram mais de 12 mil delegados de 132 países. O nosso país fazia 37 anos que estava travando a batalha política e ideológica contra o império e seu desumano bloqueio econômico.

Até a década de 1980, não só existiam a República Popular da China, a República Popular Democrática da Coreia, Vietnã, Laos e Kampuchea, que suportaram guerras de genocídio e os crimes dos ianques, mas também o bloco socialista da Europa e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, um enorme Estado multinacional de 22.402.200 quilômetros quadrados, com enormes recursos de terra agrícola, florestas, petróleo, gás, minérios e outros. Diante da superpotência imperialista, com mais de 800 bases militares em todo o planeta, erguia-se a superpotência socialista.

A desintegração da URSS, quer sejam quais forem os erros cometidos em certo ou noutro momento da história, significou um duro golpe no movimento progressista do mundo.

Os ianques se mobilizaram às pressas e estenderam as bases militares e o uso de instalações construídas pela URSS para cercar ainda mais com sua maquinaria de guerra a Fedração Russa, que ainda continua sendo uma grande potência.

O aventureirismo militar dos Estados Unidos e seus aliados da OTAN se incrementou na Europa e Ásia. Desataram a guerra de Kosovo e desintegraram a Sérvia.

Em nosso hemisfério, ainda antes da desintegração da URSS, invadiram em 1965 a República Dominicana; bombardearam e intervieram com forças mercenárias na Nicarágua; invadiram com suas tropas regulares Granada, Panamá e Haiti; promoveram sangrentos golpes militares no Chile, Argentina e Uruguai e apoiaram a brutal repressão de Stroessner no Paraguai.

Além disso, criaram a Escola das Américas, onde não só treinavam milhares de oficiais latino-americanos em conspirações e golpes de Estado, mas também prepararam muitos em doutrinas de ódio e práticas sofisticadas de tortura, enquanto se mostravam perante o mundo como paladinos “dos direitos humanos e da democracia”.

Na primeira década deste século, a superpotência imperialista parece que transbordou seu próprio curso.

Os sangrentos acontecimento de 11 de setembro de 2001, onde o World Trade Center de Nova York desabou — episódio dramático onde morreram ao redor de 3 mil pessoas — e o ataque posterior ao Pentágono, veio mesmo a calhar para o inescrupuloso aventureiro George. W. Bush em sua chamada guerra contra o terror, que constitui, simplesmente, uma escalada perigosa na brutal política que os Estados Unidos vinham aplicando em nosso planeta.

Ficou bem clara a vergonhosa cumplicidade dos países da OTAN com guerra tão repudiável. Essa organização bélica proclamou recentemente seu propósito de intervir em qualquer país do mundo onde achar que os seus interesses, os dos Estados Unidos, estejam ameaçados.

O monopólio dos meios de comunicação social, nas mãos das grandes transnacionais capitalistas, foi utilizado pelo imperialismo para criar mentiras, reflexos condicionados e desenvolver instintos egoístas.

Enquanto os jovens e os estudantes iam rumo à África do Sul para lutarem por um mundo de paz, dignidade e justiça, na Gra-Bretanha os estudantes universitários e seus professores travavam uma batalha campal contra os fortes e bem armados corpos repressivos que, em cima de garbosos cavalos, os atacavam. Talvez nunca na história se viu tamanho espetáculo da “democracia” capitalista. Os partidos neoliberais governantes, desempenhando seu papel de gendarme da oligarquia e traindo suas promessas eleitorais, aprovaram medidas no Parlamento que aumentavam para US$14 mil anuais o custo dos estudos universitários. O pior foi o descaramento com que os parlamentares neoliberais afirmaram que “o mercado resolvia esse problema”. Apenas os ricos tinham direito aos diplomas universitários.

Há uns dias, o atual secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, comentando os segredos divulgados pelo site WikiLeaks, declarou: “Acontece que os governos tratam com os EUA porque lhes convém, não porque gostem de nós, não porque confiem em nós, e não porque acreditem que sabemos guardar segredos. Alguns governos tratam conosco porque temem de nós, alguns porque nos respeitam, a maioria, porque precisa de nós. O nosso país ainda é essencialmente, como foi dito antes, a nação indispensável”.
Muitas pessoas inteligentes e bem informadas tem certeza de que o império ianque, como todos os que o precederam, entrou na etapa final e que os sinais são irrebatíveis.

Um artigo publicado no website TomDispatch, traduzido do inglés pelo site Rebelión, coloca quatro hipóteses a respeito do curso dos acontecimentos nos Estados Unidos, e em todas elas figura a guerra mundial como uma das posibilidades, embora não exclua outra provável saída. Acrescenta que, definitivamente, esse país perderá a supremacia nas exportações globais de mercadorias e, em menos de 15 anos, perderia a supremacia na inovação tecnológica e a funcção privilegiada do dólar como moeda de reserva. Cita que, neste ano, a China já atingiu 12%, sobre 11% dos Estados Unidos, na exportação mundial de mercadorias, e referiu-se ao lançamento por parte do ministro da Defesa da China, em outubro passado, do super-computador Tianhe-1A, tão poderoso que, como expressou um especialista norte-americano, “liquida o computador n.o 1” existente nos Estados Unidos.

Os nossos queridos compatriotas, quando chegaram à África do Sul, entre as primeiras atividades realizadas, prestaram merecido tributo aos combatentes internacionalistas que entregaram suas vidas na luta a favor da África.

Há 12 anos, nossa missão médica presta serviços ao povo haitiano. Hoje, fá-lo com a cooperação de médicos internacionalistas graduados na Escola Latino-Americana de Medicina — ELAM. Ali lutam também pela África combatendo a epidemia da cólera, que é a doença da pobreza, a fim de impedir que se alastre por esse continente, onde, bem como na América Latina, existe muita pobreza. Com a experiência adquirida, nossos médicos reduziram consideravelmente a taxa de letalidade. Muito perto da África do Sul, no Zimbábue, em agosto de 2008, “de súbito” houve um surto dessa epidemia segundo o jornal Herald de Harare. Robert Mugabe acusou os governos dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha de introduzirem a doença no país.

Como prova da falta de escrúpulos ianques, é bom salientar que o governo dos Estados Unidos entregou armas nucleares ao regime do apartheid, que os racistas estiveram a ponto de usar contra as tropas cubanas e angolanas, que depois da vitória de Cuito Cuanavale avançavam rumo ao sul, onde o comando cubano, suspeitando esse perigo, tomou as providências e táticas pertinentes que lhe conferiam o domínio absoluto do ar. Se tivessem usado tais armas, não teriam obtido a vitória. Contudo, é legítimo perguntar: que teria ocorrido se os sul-africanos tivessem usado as armas nucleares contra as forças cubanas e angolanas? Qual teria sido a reação internacional? Como teriam justificado aquele ato de barbárie? Como teria reagido a URSS? Essas são perguntas que devemos nos fazer.
Quando os racistas entregaram o governo a Nelson Mandela não lhe disseram uma única palavra, nem que fizeram com aquelas armas. A investigação e denúncia de tais fatos seria neste momento um grande serviço ao mundo. Exorto-os, queridos compatriotas, a exporem este tema no Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes.


Pátria ou Morte!

Venceremos!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Declaração do PC Argentino



MACRI FASCISTA!

Diante dos graves acontecimentos ocorridos no Parque Indoamericano após a repressão conjunta da Policia Metropolitana e Federal com seu trágico saldo de mortos e feridos, o Chefe de Governo da Cidade Autônoma de Buenos Aires, Mauricio Macri deixou claro o profundo racismo que sustenta sua consciência reacionária.
O hoje processado por espionagem Macri, reivindicou a xenofobia e o racismo, acusando mais uma vez o povo da Nossa América de "narcotraficantes" e "mafiosos" que segundo seu entendimento "são parte de uma imigração descontrolada". um fio condutor une estas duas declarações as que realizou seu sócio intelectual Duhalde nos Estados Unidos, quem afirmou "não há democracia sem ordem". Se instalam as idéias autoritárias que perseguem fins desestabilizadores. 
O vergonhoso discurso de Macri e seus seguidores, atiça setores chauvinistas e racistas da população, promovendo o enfrentamento do povo contra o povo, de pobres contra pobres. Seu chamamento fascista produziu um conflito entre os moradores da região com alcances imprevisíveis, os acontecimentos que vem se sucedendo são prova disto.
Não se referiu a conferência de imprensa do dia 09/12/2010 as suas promessas do dia 17/06/2010, quando afirmou em plena campanha eleitoral, que foi publicado no jornal Clarin: "Queremos chegar a construir entre 8 mil a 10 mil habitações por ano, tampouco a violação a parte do seu governo da lei 1770 de 11/08/2005, pela qual se ordena a construção de 1.600 moradias em Lugano, Comuna 8, sendo por todos sabido que não construiu nenhuma. 
Se ratifica mais uma vez a matriz filosófica do governo da cidade, que desde o inicio de sua gestão tomou a CABA como espaço para os seus negócios, e que neste caso tenta realizar um novo repasse de fundos públicos para os setores privados através de duvidosas operações imobiliárias. Com a cumplicidade de setores mafiosos que controlam parte do sindicalismo. Tudo isso em detrimento do deficit habitacional que afeta 500 mil pessoas que trabalham, produzem e vivem na CABA.   
Os mortos, feridos e presos no Parque Indoamericano são conseqüência de sua política elitista empresarial que afeta as areas vitais do povo da cidade: saúde, educação, moradia, cultura, com cortes orçamentários e investimentos supérfluos com uma prática abertamente fascista. 
O Governo Nacional separou da Polícia Federal todos os acusados da repressão criminosa, ainda assim se faz necessário avançar e aprofundar as investigações para que não haja o menor resquício de impunidade. 


EXIGIMOS:
·         Justiça e punição aos assassinos de Bernardo Salgueiro, Rosemary Churapuña, Juan Quispe y o jovem de 19 anos.
       Cumprimento da construção de moradias.
       Retirada imediata do Cemitério de Automovéis.
       Interpelação legislativa a Mauricio Macri, Diego Santilli e Guillermo Montenegro.
       Negociação com os vizinhos que exigem moradia digna.
       Declaração de estado de emergência habitacional na Comuna 8.
       Plano de construção de moradias populares e dignas.
       Irmandade da Nossa América!


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 Partido Comunista       Federação Juvenil Comunista


quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

DELEGAÇÃO DA UJC RUMO À ÁFRICA DO SUL!

No dia 13 de dezembro embarca na cidade do Rio de Janeiro o avião da FAB que levará os delegados brasileiros, de diversas organizações de juventude, para o XVII Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes (FMJE), que se realizará entre os dias 13 e 21 de dezembro de 2010, na cidade de Pretória, na África do Sul. A União da Juventude Comunista estará representada neste evento de fundamental importância para a juventude mundial por cinco camaradas: Túlio Lopes, de Belo Horizonte, Paulo Winicius Maskote, de Goiânia, Thiago Jorge, de Brasilia, Suzana Hopper , de Porto Alegre, e Mari Marques, do Rio de Janeiro, todos membros da Coordenação Nacional da UJC, são os delegados para cumprir a tarefa de representar a UJC no XVII FMJE. Sobre as expectativas com relação ao evento, o camarada Túlio afirmou: "A UJC retomou sua participação nas reuniões e atividades da FMJD após uma pausa em função do processo de reorganização nacional da juventude do PCB que ocorreu entre os anos 90 e os primeiros anos deste século. Participamos de todas as edições dos Festivais e esperamos que o XVII FMJE que se realizará nos próximos dias na África do Sul possa contribuir para a articulação da luta da juventude pela paz mundial e pelo socialismo. No XVII FMJE, principal evento político internacional da juventude, tem uma importante mensagem que na prática é uma bandeira política da UJC - Brasil. Derrotemos o imperialismo! A UJC participa do XVII FMJE buscando reforçar os laços de solidariedade na luta antiimperialista com todas as juventudes comunistas e revolucionárias do mundo. A conjuntura atual marcada pela Crise Economica Mundial aponta ainda para a necessidade de travarmos a batalha para derrubar os alicerces do sistema capitalista. Os militantes da UJC que integram a delegação brasileira estão certos destas e outras importantes tarefas que lhes cabem neste Festival. ." Sobre a visão do Brasil que os jovens comunistas levarão para o Festival, Túlio conclui que: "Não apresentaremos o Brasil do conto de fadas do Governo e seus aliados, e sim as várias lutas que estão sendo travadas em nosso país na perspectiva de construir um Brasil Socialista." É com o espírito de solidariedade e internacionalismo características da UJC, organização presente em todas as edições dos Festivais, desde 1947, que vão imbuídos os jovens comunistas para contribuir na construção do XVII FMJE.

Abaixo a saudação que a UJC levará aos jovens presentes no XVII Festival Mundial da Juventude e dos Estdantes:




UNIÃO DA JUVENTUDE COMUNISTA
UJC - BRASIL
                ____________________________________________________________

PELA PAZ MUNDIAL E PELO SOCIALISMO:
DERROTEMOS O CAPITALISMO E O IMPERIALISMO!

Fomos, somos e seremos internacionalistas: com a FMJD há 65 anos, com a FMJD nas lutas que virão!

A União da Juventude Comunista desde sua fundação, no dia 1º de agosto de 1927, tem na solidariedade e na luta pelo Comunismo as bases que sustentam nossa prática internacionalista. Como internacionalistas estivemos presentes na Conferência Mundial Juvenil, ocorrida no dia 10 de novembro de 1945, na cidade de Londres, quando foi fundada a Federação Mundial das Juventudes Democráticas (FMJD). Como membro-fundador, a UJC se fez presente em todos os Festivais Mundiais da Juventude e dos Estudantes (FMJE). Desde Londres e Praga, diversos militantes da UJC ajudaram a construir a Federação e os Festivais. Não como meros participantes ou observadores, mas sim como verdadeiros internacionalistas e revolucionários que vêem no Comunismo a alternativa para a superação da exploração do homem pelo homem, através de uma sociedade justa, fraterna, solidária e de paz. Neste XVII FMJE reafirmamos nosso internacionalismo, contribuindo para que a FMJD esteja cada vez mais fortalecida: Por um mundo de paz, solidariedade e transformações sociais: derrotaremos o Capitalismo e o Imperialismo!     

O Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes é uma vitória da juventude sul-africana, é uma vitória da juventude mundial!

Saudamos a juventude e o povo sul-africano pelo seu exemplo e pela sua importância fundamental nas lutas travadas contra o racismo, a opressão e o Imperialismo em todo o mundo. A realização do XVII FMJE na África do Sul é um marco para a juventude mundial. Durante estes dias de dezembro todos os jovens antiimperialistas estarão com suas atenções voltadas para o que se estará debatendo e mobilizando nas atividades realizadas no Festival. O povo sul-africano através de suas lutas será um imenso professor de solidariedade, luta e mobilização para os milhares de jovens aqui presentes. Saudamos também Nelson Mandela e Fidel Castro como exemplos de dois heróis, de dois grandes povos que são referência para todos os jovens em luta contra o imperialismo nos dias de hoje e nos dias que virão! Viva o povo e juventude sul-africana! Viva Mandela! Viva Fidel!

Solidariedade internacional para derrotar o capitalismo e o imperialismo

Os desdobramentos da crise econômica mundial fazem surtir seus efeitos sobre toda a juventude no mundo. Os números mostram que os índices de desemprego entre os jovens são os mais altos da história, ao mesmo tempo se aprofundam as desigualdades, a pobreza e a falta de acesso a direitos básicos como emprego, saúde, habitação, lazer e educação para amplas parcelas da juventude mundial. A recessão no centro do Império, os Estados Unidos, faz com que o mundo inteiro pague pela crise. A crise foi socializada entre os paises e suas contas estão sendo pagas pela exploração da classe trabalhadora. Na Europa, os ajustes fiscais adotados pelos governos capitalistas fizeram reacender a organização e a mobilização dos trabalhadores. Na França, Grécia, Espanha, Portugal e Inglaterra, para citar alguns, a luta de classe tem se intensificado. Em contrapartida os capitalistas, através do Estado, tem respondido com repressão e violência as lutas dos trabalhadores. É de fundamental importância o papel que a juventude tem desempenhado na radicalização do conflito, e na intensificação da luta contra o capital. O Imperialismo tem procurado saídas bélicas para reativar a economia capitalista, além de planejar o extermínio de qualquer resistência ao seu projeto de guerra e exploração. As agressões que sofrem o povo Palestino, Iraquiano e Afegão são exemplares neste sentido. Irã e Coréia do Norte vem sendo ameaçados constantemente em sua soberania e autodeterminação, podendo ser vitimas de ataques militares a qualquer momento. Na América Latina tem crescido as tentativas de golpe contra os governos antiimperialistas do continente, como ocorreu na Venezuela, na Bolívia e no Equador, onde no mês de novembro foi assassinado o camarada Edwin Perez, secretário-geral da Juventude Comunista do Equador, que morreu no processo de resistência ao golpe de estado. A militarização do continente latino-americano é uma realidade: a reativação da Quarta Frota; a ocupação militar no Haiti, capitaneada por tropas brasileiras, a mando do Imperialismo; o golpe militar em Honduras; o aprofundamento da política fascista do governo Colombiano, contra os lutadores e lutadoras sociais, que vem resistindo pacifica e militarmente, através da luta heróica dos camaradas das FARC-EP; a prisão do camarada Manuel Olate no Chile, pelo governo direitista de Piñera, na tentativa de criminalizar as lutas e os movimentos sociais são exemplos dos desafios colocados pelo Imperialismo as lutas dos povos e da juventude latino-americana; além da continuidade do bloqueio criminoso a Cuba Socialista que segue resistindo heroicamente ao Império. Contra o Imperialismo e o Capitalismo: unidade, solidariedade e internacionalismo!
   
No Brasil, derrotamos a extrema-direita nas urnas agora é derrotar a social-democracia nas ruas!

A União da Juventude Comunista apoiou as candidaturas apresentadas pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) nas eleições de 2010. Através da candidatura de Ivan Pinheiro, defendemos uma alternativa socialista para o Brasil que rompesse com o consenso burguês. Hoje, torna-se necessário que as forças socialistas busquem constituir uma alternativa real de poder para os trabalhadores e a juventude, capaz de enfrentar os grandes problemas causados pelo capitalismo e responder às reais necessidades e interesses da maioria da população brasileira. Estamos convencidos de que não serão resolvidos com mais capitalismo os problemas e as carências que os trabalhadores e a juventude enfrentam: no acesso à terra, em outros direitos essenciais à vida como emprego, educação, saúde, alimentação, moradia, transporte, segurança, cultura e lazer. Pelo contrário, estes problemas se agravam pelo próprio desenvolvimento capitalista. Por isso, nossa clara defesa em prol de uma alternativa socialista. Com o projeto da direita política, derrotado nas urnas, que procurou eleger uma candidatura diretamente ligada às fileiras mais conservadoras da sociedade, derrotou-se também um projeto que disputava as estratégias de neutralização dos movimentos populares e sindicais, que interessa aos capitalistas, diferindo com o projeto do PT somente quanto à ênfase na cooptação política e financeira ou na repressão e criminalização dos movimentos sócias, além das diferenças na forma como o capitalismo brasileiro deve se inserir no cenário mundial. Com a vitória de Dilma Roussef, venceu o projeto social-democrata, que seguirá conciliando com o grande capital monopolista, em todos os seus setores - industrial, comercial, bancário, serviços, agronegócio e outros. Com o possível agravamento da crise do capitalismo, podem aumentar os ataques aos direitos sociais e trabalhistas e a repressão aos movimentos populares. A resistência dos trabalhadores e o seu avanço em novas conquistas dependerão muito mais de sua disposição de luta e de sua organização. A UJC, junto ao PCB, busca na construção de uma Frente Anticapitalista e Antiimperialista uma alternativa para a juventude lutar pela construção do Socialismo, na perspectiva do Comunismo.

Coordenação Nacional
UNIÃO DA JUVENTUDE COMUNISTA

13 de dezembro de 2010 

domingo, 5 de dezembro de 2010

VIVA O MOVIMENTO COMUNISTA INTERNACIONAL!


PRONUCIAMENTO DO PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO (PCB) AO XII ENCONTRO INTERNACIONAL DE PARTIDOS COMUNISTAS E OPERÁRIOS


Aos camaradas representantes dos partidos comunistas e operários do mundo:
África do Sul, 3 a 5 de dezembro de 2010
Vivemos um momento extremamente difícil e, ao mesmo tempo, intensamente rico da luta de classes. A crise econômica mundial, hoje presente em quase todo o mundo, uma crise de acumulação e de superprodução, do sistema capitalista como um todo, reafirmou a fragilidade estrutural deste sistema, sua natureza centralizadora e seu caráter excludente. As políticas propostas para a superação da crise – centradas no corte de gastos públicos, na redução de salários e na continuidade da retirada de direitos dos trabalhadores – têm caráter inconsistente e contraditório e contribuem para agravá-la mais ainda.
Há muitas conseqüências da crise que mudam o quadro global e que devem ser levadas em conta: cai mais ainda a centralidade da economia norteamericana como “locomotiva mundial”, instala-se uma guerra cambial entre os principais pólos mundiais. O mais importante é que há, em vários países, uma retomada das mobilizações de trabalhadores, seja na defesa de seus direitos, como em Portugal, na França, na Grécia ou em outros países, com ações organizadas contra o aumento do desemprego e as medidas anticrise tomadas pelos governos.
No Brasil, temos uma consolidação de um tipo de democracia burguesa altamente excludente, com barreiras fortes à organização dos trabalhadores e à ação dos partidos antagônicos à ordem. A mídia é composta por grandes grupos privados e quase monopolista. O capitalismo brasileiro é plenamente monopolista, desenvolvido e integrado internacionalmente e, por estas razões, não há base social para qualquer arranjo socialdemocrata ou nacional-libertador que possa resolver os problemas da maioria da população e garantir justiça social. Há, no Brasil, uma elevadíssima concentração da renda, altos índices de desemprego, de pobreza e desesperança. O fato de que 50% da população brasileira não tem acesso ao saneamento básico é uma clara demonstração de suas contradições.
Como resultado das políticas liberais das duas últimas décadas, as áreas sociais, como a previdência, a saúde, a moradia e outras foram destruídas ou precarizadas. No entanto, houve algum crescimento econômico nos últimos anos, com uma redução dos níveis de miséria e uma relativa expansão do mercado interno, sob forte incentivo de uma política que conjugou renúncia fiscal com o endividamento pessoal/familiar junto ao sistema financeiro. Mas a desigualdade aumentou, e, como inicialmente afirmamos, a concentração de renda no Brasil continua sendo uma das mais perversas do mundo.
O PCB participou das eleições deste ano com candidatos próprios, tendo feito, entretanto, esforços para constituir uma frente de esquerda com as demais forças políticas do campo socialista e revolucionário, com o objetivo de demarcar o campo anticapitalista e antiimperialista e contribuir, na esfera eleitoral, para a formação de uma frente mais ampla, com partidos e movimentos sociais, voltada para a construção da Revolução Socialista no Brasil. Os partidos desse campo receberam poucos votos. Para este resultado contribuíram a escala reduzida desses partidos, a polarização das eleições entre os dois blocos da ordem que foram ao segundo turno, o caráter excludente das leis eleitorais, o boicote da grande mídia aos partidos não reformistas e, principalmente, a hegemonia burguesa, que segue dominante, no Brasil, reforçada pelo carisma pessoal e pelas políticas compensatórias e populistas empreendidas pelo presidente Lula, ao longo de 8 anos. Entretanto, deixamos raízes, conquistamos reconhecimento e respeito dos trabalhadores e saímos fortalecidos politicamente.
A vitória de Dilma Roussef, do PT, nas últimas eleições representa a continuidade do modelo econômico e da base de sustentação política do Governo Lula. E pelo que vem sendo anunciado, o modelo econômico seguirá com os preceitos liberais, mantendo o câmbio livre, a economia aberta, a formação e o fortalecimento de grandes grupos econômicos brasileiros associados ao capital internacional. A economia se caracteriza pela elevada participação das exportações de commodities agrícolas e minérios e mantém uma relação de dependência em relação ao fluxo de capitais externos atraídos pelas bolsas de valores e pelos títulos públicos, principalmente devido às altas taxas de juros praticadas. Há, também, um significativo fluxo de investimentos estrangeiros diretos, especialmente nas áreas petrolífera e de bens de consumo duráveis, mas a indústria, mesmo com uma base sólida em todos os segmentos e alguns nichos de alta competitividade internacional, vem perdendo terreno para bens importados, dada a valorização do Real.
A base de sustentação de Dilma é policlassista, mantendo os moldes do apoio a Lula, com grandes banqueiros, grandes grupos industriais, grandes exportadores de produtos agrícolas, partes das camadas médias e dos trabalhadores de baixa renda, e, fundamentalmente, a população que vive na linha da miséria, mantida viva com os programas oficiais de combate à fome. Lula diminuiu o ritmo das privatizações que caracterizou o governo anterior, neoliberal, usando, no entanto, novas formas de privatizar, como as parcerias público-privadas, concessões de estradas para a exploração privada, ajuda a bancos e criação de “Organizações Sociais”.
No campo político, a aliança partidária liderada por Dilma inclui legendas conservadores como o PMDB, que sempre compõe com o campo da situação, o PP, de centro-direita, e outros do mesmo campo, além de lideranças conservadoras importantes, algumas das quais integrantes dos governos militares, além do ex-presidente Fernando Collor, cujo mandato terminou com o seu impeachment, por comprovada corrupção. Compõem também este bloco alguns partidos com origem de esquerda. Em seu programa, Dilma acenou com a continuidade da política social de Lula – centrada na distribuição de bolsas para a população de renda muito baixa, uma presença maior do Estado nas áreas petrolífera e bancária e a manutenção da política externa mais independente de Lula, voltada também para a defesa dos interesses das grandes empresas brasileiras no exterior, como no caso das construtoras.
O adversário derrotado no segundo turno, José Serra, do PSDB, representou os segmentos da burguesia brasileira mais à direita, mais ligados aos interesses dos EUA, com o apoio, inclusive, de grupos oriundos dos governos militares (1964 – 1985). Na campanha, Serra aproximou-se de grupos religiosos ultraconservadores, trazendo para o debate temas como a proibição do aborto e da união civil entre homossexuais. Por este conjunto de razões, o PCB indicou o voto crítico em Dilma, declarando-se, de antemão, em oposição a seu governo.
No campo das lutas sociais, ainda que atuando sob hegemonia burguesa e sofrendo ainda as conseqüências, em sua organização, do desemprego e das políticas de precarização das relações de trabalho das duas últimas décadas e sobretudo da cooptação, vêm ressurgindo o movimento sindical e as lutas populares. Novas entidades intersindicais vêm se formando e diversos movimentos sociais vêm retomando o seu lugar na cena política, com o retorno de greves e manifestações diversas. Nosso partido vem participando dessa retomada e se empenhando para elevar o patamar de enfrentamento da luta de classes.
Diante desse quadro, o PCB propõe a construção de uma frente anticapitalista e antiimperialista, que possa fazer frente às dificuldades de organização dos trabalhadores, superar a hegemonia burguesa e levar adiante o processo revolucionário no Brasil e no mundo.
Finalmente, dado o agravamento da crise do capitalismo e do conseqüente aumento da temperatura da luta de classes, entendemos que já é hora desses importantes encontros mundiais de partidos comunistas e operários darem um passo à frente na articulação do MCI, no que se refere à informação, aos debates e ao reforço do internacionalismo proletário.
Muito obrigado! Viva o MCI! Viva o Socialismo !!!
Comitê Central do PCB